Sunday, September 11, 2005

Amor e ódio

Faço-me esquecer das regras de segurança e agarro pelo sitio errado. Aperto com força! Estupidez ou ingenuídade quis experimentar a materialização da expressão popular. Extrapolação do que normalmente visualizamos mas não sentimos.

O sangue escorre pela mão. Pelo pulso. Pelo braço, até ao cotovelo. E pinga. Abundantemente até ao vidrado do chão, num poça pequena que não traduz morte, mas dor somente.


Catarse. Iluminação. Clarividência. A luz de perceber a associação que o comum faz. Que percebe, muitas vezes melhor que o estudioso, que os riscos que se correm são reais. Mas nós, que vivemos no mundo da literatura e da associação, apenas sonhamos em perceber a realidade.


Aqui está o aflorar do conhecimento e da materialização. Agora o sangue corre. E a força que me leva a apertar a mão ensanguentada é o mesmo que durante anos me obrigou a beijar-te. A amar-te. A enDeusar-te. E agora a isto. A sentir alívio na dor carnal.


Agora percebo o porquê de lhe chamarmos uma faca de dois gumes.

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