Sunday, May 14, 2006

lá longe...

Por vezes estar sozinho é estar contigo.
Com a memória de sentir o teu calor.
Com o som da tua voz nos meus ouvidos.
Com a presença do teu riso nos meus olhos.
Com o calor do teu peito no meu.

Por vezes estar contigo é estar sozinho
Com o silêncio de um quarto vazio
Com o frio de uma cama solteira
Com os soluços de uma almofada esquecida

E em vezes que estou assim, sem ti, sozinho com os meus sentidos,
olho para o espelho.
Anulo aquela lágrima maldita que abruptamente
se lembra de marcar presença.

E faço do esqueçimento uma arma branca,
um golpe desferido no orgulho de homem
um rasgar da carne pecaminosa
que deseja a memória longínqua.

A\O A\O A|O


Passar de sermos dois para ser um!
Mas um que vale por dois...
Dois que sentem o que só um devia sentir:

Amor
Ódio

Amor
Ódio

A dualidade do Ser que insisto em ser
e cortar-me em dois que não posso,
para atingir a clareza do cristal,
a beleza de ser ser simples
e pensar uma coisa de cada vez.

É agora que não vale a pena sair do caminho,
olhar para trás
ou cortar percurso.

É agora que o horizonte não se divide
em céu
em mar.

O tempo que faço meu
em pensar que existes, sim
na dualidade do meu pensamento (somente).

Amor
Ódio

Amor
Ódio