Wednesday, March 30, 2005

Passagem pela mente

E foi assim que fui criando passagens na mente. Caminhos semi-fechado. Entrelaçados. Concorrentes. Paralelos. Cruzados. Fechados de um lado. Aberto do outro. Virados para o que se fecha. Em sentido obrigatório para o vazio. Para o nada. Ou. Na melhor das hipóteses. Para uma memória de ti!

Sunday, March 27, 2005

Mentira?

Podia mentir-te descaradamente e dizer que sonhei contigo!...

...hoje só sonhei com parte de ti: - Sonhei com o calor da tua pele!

Tuesday, March 22, 2005

Intervalo

Correndo riscos espectados de libertar 30 anos de memórias, embarco em 7,5dl de etílico deleite. Sentidos perdidos. E sonhos trocados. O mau pelo bom. O mau pelo bom! O mau... pelo bom.

E risos que vêm detrás da máscara do dia-a-dia. Sabor a liberdade, num tempo somente parado pelo sabor amargo na língua... e antes isso que o sal que tem escorrido cara a baixo.

(In)completo

Como é saberes que te amo assim?...

Solta agora das correntes do compromisso?

 

Certo de ser quem fui, quero e não quero voltar ao antes.
Assim sou eu:

 

            Completo por ti .

            Incompleto sem ti agora

 

E por momentos que sei já não existirem... choro.

Saturday, March 19, 2005

(nada)

Dois beijos rapidos
Dois olhares furtivos
Uma fuga...
... não deu tempo para guardar de ti nem o perfume.

(...) sorrir.

 

Sentado, enfim, não só. Mas só de teu ser.

Sentido, em mim, por ti e choro.

Sorrir, assim, de mim.

Saber que sou, mas não sou...

 

Wednesday, March 09, 2005

draft 2...

Uma hora e quarenta e sete minutos. Dezassete capítulos. Duas personagens principais, uma feminina. Uma masculina. Um cão. Um polícia. Um detective privado. Uma Senhora pública. Uma mãe drogada. Um bando de putos mal-educados. Um assassino. Um assassinado. Um assassinato. Beijos. Tiros. Sexo. Romance. Mentiras. Promessas. E um final que não sei se seria o melhor.

O telefone, do outro lado do sofá, esperava anciosamente um motivo para tocar. Afinal era essa a sua função. Por mil vezes olhei para ele. Por cinco vezes confirmei que tinha bateria, rede, som. E ainda assim desconfiei que estivesse amuado por não o ter carregado durante a noite. Mas não tardei a ter a confirmação que tal não se confirmava. Tocou a meio da primeira noite de sexo dos protagonistas!

- Estou... - Disse. Sem sequer olhar para o número que aparecia no visor, e faltando-me a voz de tanto tempo calado. - Ouves-me? - Não eras tu! Era um amigo de longa data, perdido na noite a convidar-me para uma Cerveja. - Não dá, tenho de me levantar cedo amanhã... Não me posso arriscar a uma das nossas antológicas noites de alcoól. - Mentia. Esperando que ele estivesse de tal modo consumido pelo brilho da bebida que nem se lembrasse que o 'amanhã' era Domingo. - Depois ligo para combinarmos outro dia. Olha, fica para a semana que vem. Prometo. E desliguei antes que ele despertasse para a má mentira em que me metera.

Dois documentários. Um do realizador. O outro do policia, que pelos vistos já tinha feito mais filmes, dos bons, o que não era o caso. Uma featurette, que deve ser uma coisa francesa, sobre o que motivou o cão a fazer o filme e a desempenhar tão bem o seu papel. Um teledisco com imagens de amor e morte, não fosse a canção uma balada digna do top de vendas americano. E um texto de quinhentas páginas que me pareceu ser o scrip, e que não acredito que ninguém leia mais do que uma. Excusei-me a rever o filme comentado pelo director de fotografia, e pelo tipo que escrevera o livro. Escusado será dizer que o telefone continuava imóvel e inanimado. Ferramenta de tortura acinzentada. Com uma lâmpada verde irritante que não parava de piscar, piscar, picar, piscar.

Saltei para a borda do sofá. Que estúpido sou... a luz verde é sinal de mensagem escrita. Nem devo ter percebido o toque rápido e envergonhado, o que escolhera para me avisar nas reúniões sem risco de ser despedido. Rapidamente tentei perceber se era o teu número. Era. E desenharam-se na minha mente livros, páginas de texto, compêndios e opúsculos sobre o que seria possível escrever numa mensagem escrita. E tanto tempo que a mensagem levava a aparecer no visor... Fiz uma nota mental para o deitar fora na primeira oportunidade, e o filme também!

Tuesday, March 08, 2005

draft...

Se pudesse diria que era só um avião a partir! Mas sabendo que ias lá dentro a constatação teria de ser outra. E o meu coração ficava cada vez mais pequeno e cada vez menos brilhante. Do tamanho e do brilho da aeronave que estava a ver fugir no ar. Cada vez mais longe. Cada vez menos um avião.

E quando já era só um ponto no espaço tive a certeza de estar só, ali, na gare... e cheguei a este ponto, de me perguntar que mais levavas tu que a mala no porão e a bagagem de mão? - Levavas algo muito meu! E só me apercebi disso quando já nem no horizonte estavas.

Que mais havia a fazer? Nada. Nada que já não tivesse sido feito em tempos. Algo que há data tinha tanta força que seria capaz de parar um avião no ar, faze-lo dar meia volta e aterrar. Hoje, ali, a ouvir apenas o corre-corre de quem chega e quem parte, senti pela segunda vez o vazio de outrora. O sentido dos não sentidos. O olhar vago para o horizonte. E só havia uma coisa a fazer.

Meti as mãos nos bolsos. O vôo durava pouco mais de duas horas, já contando com o desembarque, o check-out, e a recta-da-meta chamada Táxi (ou Cab neste caso), dava tempo para abotoar o casaco e fazer-me ao frio de Lisboa. Arranjar lugar para o carro à frente de uma tasca na baixa. Meter-me numa livraria e quem sabe comprar um livro. Voltar para casa e preparar-me para o tempo que ainda era teu: a espera de um telefonema rápido. A certeza que aquele vôo era uma vírgula e não um ponto final. Por enquanto eram dois pontos. O principio de algo mais.

Troquei a tasca por um hamburguer. O livro por um filme. Voltei para casa. Desabotoei o casaco e tirei o cachecol. Atirei-me violentamente para a parte mais funda do sofá, procurando naquele habitat de espuma pelo elo perdido da nova civilização, o telecomando da televisão. Olhei ao redor à procura do telefone. E ali estava, à minha frente. Ainda silêncioso.

Esperei...

Monday, March 07, 2005

Era uma vez

Um Principe Desencantado...

Saturday, March 05, 2005

Para sempre teu ..

"Para sempre teu" disse-te. E um "obrigado" nos teus lábios.
Certeza de que sou eu quem sabe o que és... por dentro... por fora...
Em toda a amplitude do teu Ser...

Em tempos julguei-me intangível por saber conter o choro
Hoje: Não fosse o nó que tenho na garganta e afogar-me-ia nas lágrimas que insisto em guardar cá dentro.

Por querer ser forte. Mostrar que sou adulto. E Homem para te ter.

Preciso de ti para me dares o que é meu:
O que sonho que é meu:
E que não é:

O teu coração fugidio...

Friday, March 04, 2005

___Sabor

A sal
____A sol
________A mel
_____________A riso
_________________A suor
_____________________A saudade
_________________________A choro
_____________________________A sede

Soube-me à vida ouvir a tua voz...

Wednesday, March 02, 2005

São frases mas não só...

Muitas frases que escrevo não são fuga!

 

São encontros entre o que se passa e o que se passou!

São pequenos momentos de clarividência que despertam os sentidos e reforçam a saúdade!

São tipos diferente de dor que relembram a atrocidade de se ser assim!

São caminhos... São certezas... São destinos...

 

Em que o objectivo é não me perder em mim...

É não fugir da minha imaginação para o Real de te ter perdido.

 

..