Wednesday, September 20, 2006

Amor Amado

Amar o amor que se tem
é garantia de ser amado

Amor liberdade
Amor éter
Amor sublime

Amando se faz o amor que se dá
que se recebe em sentimentos.

Amor sentidos
Amor calor
Amor saudade

E...

se pudesse escolher o amor que amo
.........................amava este que sinto.

Wednesday, September 13, 2006

Olhares/Caricias/Beijos

E não deixem cair em desgraça
O tom da pele carnal que
Desperta em mim a suavidade
Do amor envergonhado

Os olhares
As caricias
Os beijos

Deposito-os em ti
Tal Deusa do céu caida:

Por te adorar
Te amar
Desejar

Thursday, September 07, 2006

Uma verdade

Enrrugas a testa maldito? Desdem de quem sou? Do que digo?
Ignoras a verdade da razão? Do inexorável devir do sentimento?
Ris-te?
Repudias?
Absolves-te da culpa?
Porque foges?
Volta!
Olha para aqui e constata.
A verdade é o que é, e não o que julgavas que deve ser.

Wednesday, September 06, 2006

Uma palavra presa cá dentro II

Tive uma palavra presa dentro de mim.
...

E só tu a podias libertar.

Tuesday, September 05, 2006

IRRELEVANTE

ACORDO
lentamente regresso a mim vindo das profundezas do sono

RESPIRO
fundo renovo de ar fresco nestes pulmões

ABRO
os olhos revejo o escuro da noite a penumbra no acordar

VEJO
o brilho envergonhado o que vem de fora

SUSPIRO
renovo em mim o teu calor furtado

ABRAÇO-TE
recupero a memoria da noite, passado

SORRIO
por saber que por vezes os sonhos são reais...

...e que, por momentos, o mundo lá fora é irrelevante!

Monday, August 28, 2006

O Fim do Início

Sem chuva nem vento
no céu azul
nem nuvens: só medo
neste tormento em que parei.

E eu parei
por medo
da estrada que acaba no céu azul
que começa sem fim.

Começa sem acabar
e mantém-se até mim
que tremo a ver, enfim
que não é céu: é mar

Mar por acabar
Onde começa o céu

Sem corpos

Fiz, sem saberes, amor contigo no sábado passado.

Fiz amor sem corpos
Fiz amor sem beijos
Fiz amor sem olhares
Fiz amor sem carícias
Fiz amor sem fim

Amei-te sem sequer ouvires a minha respiração
Amei-te sem sequer ouvir a tua respiração
E amei-te muito

E, oh!, que dor a minha!
E que saudade de ti!

Friday, August 25, 2006

Partilha

Deixa-me acordar o teu corpo,
Cravar fundo na tua pele
Os meus dedos sedentos
De vontade de amar.

Deixa-me abraçar,
Nos teus sonhos o desejo
De voar mais alto
Que a frágil carne humana.

Deixa-me suar contigo
A incontrolável vontade
De, por momentos,
Desaparecermos juntos do mundo.

Vamos confundir os sentidos...
Vamos partilhar a essência...
Vamos libertar a mente...
... deixa-me ser teu.

Wednesday, August 23, 2006

... o principio de um dia

Era uma tarde.

Confortavelmente sentado via o céu e o mar.

Uma gaivota insistia, a par do teu olhar, fazer-me companhia.
E voava solta, apoiada no vento deixava-se levar pelo momento, como tu.

E o sol, que batia solene, sereno, sem morder a pele, concorria com o calor do brilho dos teus olhos castanhos. O brilho que só tu sabes emanar. E que me aquece como só tu sabes aquecer.

__[Mais que o Sol] __

Era uma tarde...
... o principio de um dia.

Saturday, August 19, 2006

Criatura

E por mais estranho que parecesse, cada vez que olhava através daquela janela via um dia diferente.

Azul. Verde. Amarelo. Vermelho. Castanho. E por fim negro como a noite.

E por mais estranho que parecesse, cada vez que olhava através daquela janela via uma pessoa diferente.

Apaixonada. Quente. Sincera. Comprometida. Distante. E por fim fria como a noite.

Por mais que pensasse no passado não conseguia tirar os olhos daquela fotografia que te tirei no dia em que fizemos amor no carro. Que ninguém conhece. A foto que ninguém vê. A foto segredo, que é só meu. A foto que os meus olhos tiraram aos teus, que a minha mente revelou e que a memória guardou.

Por mais que pensasse no passado só via futuro. O que tinha ficado guardado na gaveta das emoções esquecidas. Que quiseras em tempos reanimar mas que padecia de um infeliz mal comum: a textura de uma relação lavada vezes sem conta na máquina-de-lavar das relações, gasta, roçada, esbatida, puída. Desgastada ao límite do confortável e cheia de buracos irremendáveis.

A janela começava a parecer um quadro de mim, moldura do que sou, do que fui. Reflexo no vidro!

E aquela criatura que me olhava lá debaixo, do jardim, parou para olhar um pouco mais. Para ver o que tinha a mostrar quem está do outro lado.

Wednesday, August 16, 2006

Drama Queen

- Uma história que começa com uma promessa e que acaba com uma promessa só pode ser uma história incompleta ou mal contada. -

Foi o que eu disse na altura e o que mantenho agora. Mas há atenuantes, eu sei. O factor vida. O factor Humano. O factor realidade! Ainda assim chamei-lhe criança... irresponsável. Por brincar desta forma com os sentimento de alguém que, nestas circunstâncias, não sabe, nem quer, se defender.

Teve coragem de me olhar nos olhos: Força de vencer. Espirito competitivo. Incapacidade de desistir. Irresponsibilidade de não assumir erro e parar. Acusou-me de ser quem sou. De dizer o que disse. De sentir isto que sinto. De existir. De respirar.

Sei agora que há intolerância ao meu EU. E assim sendo, para quê discutir. A vida, armadilha rasteira na vegetação do dia-a-dia, deixa-nos estes presentes malditos. Moral. Raciocínio. Ciúme.

Monday, June 05, 2006

Não era por mim

Choravas copiosamente e eu feliz por te ver assim:
Não era por mim que choravas,
Não era por mim...

Sentias o amargo por outra coisa qualquer
Que não eu
Não era por mim...

E eu feliz por te ver assim:
Saber que a dor vinha de fora,
de nós.

Ouvir o soluçar na respiração,
E sorrir por nada saber
Apenas

E ainda assim,
Tivesse eu o que te faz feliz a correr nas veias
...e cortaria os pulsos sem hesitar.

Sunday, May 14, 2006

lá longe...

Por vezes estar sozinho é estar contigo.
Com a memória de sentir o teu calor.
Com o som da tua voz nos meus ouvidos.
Com a presença do teu riso nos meus olhos.
Com o calor do teu peito no meu.

Por vezes estar contigo é estar sozinho
Com o silêncio de um quarto vazio
Com o frio de uma cama solteira
Com os soluços de uma almofada esquecida

E em vezes que estou assim, sem ti, sozinho com os meus sentidos,
olho para o espelho.
Anulo aquela lágrima maldita que abruptamente
se lembra de marcar presença.

E faço do esqueçimento uma arma branca,
um golpe desferido no orgulho de homem
um rasgar da carne pecaminosa
que deseja a memória longínqua.

A\O A\O A|O


Passar de sermos dois para ser um!
Mas um que vale por dois...
Dois que sentem o que só um devia sentir:

Amor
Ódio

Amor
Ódio

A dualidade do Ser que insisto em ser
e cortar-me em dois que não posso,
para atingir a clareza do cristal,
a beleza de ser ser simples
e pensar uma coisa de cada vez.

É agora que não vale a pena sair do caminho,
olhar para trás
ou cortar percurso.

É agora que o horizonte não se divide
em céu
em mar.

O tempo que faço meu
em pensar que existes, sim
na dualidade do meu pensamento (somente).

Amor
Ódio

Amor
Ódio

Thursday, February 02, 2006

Procuraste-me como a um albúm de fotografias.

Escondido na gaveta funda da tua lembrança puxaste-me para fora, limpaste-me o pó, abanaste-me um pouco e ainda sopraste como que para tirar os restinhos de poeira fina (deixa dedadas, suja as mãos e a razão).

Folheaste-me lentamente, absorvendo pouco a pouco as cores esbatidas de um retrato de outrora, relembrando o espaço, o tempo e a circunstância que fizera parte daquele passado.

Voltavas atrás de vez em quando - Ah pois foi! Bem me lembro. E... - E continuavas a puxar lustro às folhas de papel transparente que faziam parte da tua História.

Mais uma. Mais outra... e aquela que nem tu nem eu faziamos ideia que tinha ficado retida em papel lustroso mental.

- Que tempos foram - dizias - roubando adjectivos às frases mas não conseguindo esconder o sorriso de mim.

Aquele olhar profundo, fixado num ponto luminoso de uma memória partilhada, o exercício daquela parte da mente que há muito enferrujara, banhada em lágrimas há muito esquecidas, abafada por pensamentos que arrastam o ácido de muitos anos.

- Deliciosos - Respondi-te com a violência de uma palavra palpável, fora do ambito étereo que é o pensamento, a puxar para os sentidos e o sentir, dignas de acompanhar o frio que sentia nas mãos. E o calor que lembrava do coração.

Entretanto o tempo voa. Temos de ir. Senão... o trânsito... o jantar... o amanhã que me tenho de levantar cedo... E assim se fecha o álbum de fotografias. Lentamente. Com uma palmadinha na capa (agora) limpa.

E foste.

Fiquei a descoberto. Cá fora da minha gaveta. Sentado a sentir o pó a assentar.

Hoje

Pecados ingénuos tendenciosos mas há muito esquecidos. Pedaços de lembranças mentais escorregadias e perigosas. Um estado de alerta constante para o estar e o devorar com os sentidos.

Podres

Sujos

Maliciosos

Despojados da essência do Bem. Despojados da essência do Mal. Válidos por si só. E por si só regidos sem dor, sem agravo. Inconscientes que são o fim de um caminho e não um principio ou um meio.

... ficou a Paz.

Monday, January 30, 2006

Uma palavra presa cá dentro

Tenho uma palavra presa dentro de mim. E, ai a dor, que não a posso soltar sem que o mundo caia por terra, os mares se elevem e o chão trema.

Tenho uma palavra presa dentro de mim . Uma confusão incógnita por não a deixar fugir pela boca fora, não a deixar flutuar no silêncio até ti.

Tenho uma palavra presa dentro de mim . Ridicula aos teus sentidos. Insensível para a tua existência. Moribunda pela sua origem.

Tenho uma palavra presa dentro de mim.
E só tu a podes libertar.

Saturday, January 07, 2006

Passado presente (Futuro)


O passado e o presente avariaram-se.

Desistiram de existir com tal, numa armadilha para quem neles navega, enrolados em si mesmo e misturados na sua essência.

E quem olha de fora e vê o que vê, vê tudo junto: amalgama de histórias que são o que foram e foram o que são.

Vivências carentes de dia, de hora, de cor do céu. Como se os relógios, inimigos da lógica dos sentidos, deixassem de conseguir cumprir a sua função.

E nós, ali no meio carentes, sem saber se o aqui era passado ou presente, decidimos unanimemente que só o futuro nos satisfaria...