Falei com ela ontem à noite pela última vez. Não quero e não posso tolerar entrar assim na mente de alguém! Porque é que ela não fecha de vez a vontade de partilhar comigo aqueles pensamentos silênciosos?
É estranho, no mínimo, que duas semanas tenham bastado para nos conhecermos tão bem! Tentei, tentei e tentei que isso não acontecesse. Larguei conversas. Inventei desculpas. Silêncios nos telefonemas. Mensagens sem resposta. Era demasiado o risco que corria. Eu; E ela.
Ao principio isto até era divertido. Perceber assim, do nada, o que as pessoas sentiam: o que temiam, o que amavam, o que odiavam... Mas só ao principio. Depois o ruído instala-se: Só a paixão mantem a mente em uníssono, a vibrar a mesma nota dia-após-dia, noite-após-noite. Quando a dúvida para o amor emerge são também os sons paralelos... os acordes de terceiras e de quintas que procuram sinfonias onde elas ainda não existem. É a desafinação inicial, e torna-se dolorosa demais para eu entender. As imagens que se cruzam e os conceitos que se baralham são forte indício que já não vou conseguir perceber aquela mente...
E desisto. Limpo de quando em vez a vista. Como se resolvesse o que vai dentro da mente. Mas a realidade é outra. A realidade é ela. A realidade é confusa. A realidade é o fim.
Até quando?
E se o faço sem querer!
Desde que deixei de amar estou muito melhor.
Saturday, August 27, 2005
Desligas a tua mente?
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