Monday, November 14, 2005

Sou Romeu

O que tinha para dizer, sem tempo para contemplações, saíra à pressa por uma garganta seca depois de contornar um belo nó que as cordas vocais tinham dado nos últimos minutos. A sério, nem o tempo húmido deste dia escuro conseguira dar fluidez à minha prosa deslavada e puéril.

É lógico que nunca irias acreditar em mim! Não havia segurança no discurso, nem prazer nas palavras. Parecia que tudo o que dizia era tão somente um exercicio de representação, uma articulação do texto com a mímica, dignos de um bobo-de-corte medieval no seu pior dia de representação e ameaçado com o cadafalso caso não fizesse rir sua alteza. Tu.

Delicada presença que não sabias o que avaliar... se o nervosismo... se a posse amorfa... se a coragem do 2º acto, segunda cena, da minha interpretação de Romeu.

Sleep dwell upon thine eyes, peace in thy breast!
Would I were sleep and peace, so sweet to rest!
Hence will I to my ghostly father's cell,
His help to crave, and my dear hap to tell.

E tal como o meu heroi... saí.

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