Monday, May 09, 2005

- Vêmo-nos por ai!

A outra forma seria negá-Lo. Descer em vez de subir e procurar a saída para esta embrulhada pela porta dos fundos. Estaria de certo no caminho assim que soubesse como...

Decidi começar por onde seria óbvio. Vasculhei enciclopédias, livros, registos, públicações, revistas, ópusculos, folhetos e até propaganda. Depois falei com mestres, com iniciados, com especialistas, com estudiosos, com elucidados, com seguidores, com entendidos, com interessados. Depois falei com os outros, com os críticos, com os censores, com os desinteressados, com os desentendidos e com os desconhecedores.

Traçei o caminho desde o conhecimento até ao centro da sabedoria. E encontrei-o. No local por todos conhecido e por todos esquecido: do lado de fora! E foi então que lhe propus a troca algo por tudo. Eu por tudo. Pouco por tudo.

E foi então que cheguei ao límite. Quando pensava que ali estava a saída descobri a fechadura na porta já por si fechada. E pior. A reprimenda. A ofensa. E o fim da esperança:

- Nada do que tens é teu. Nada do que tens tem valor. Nada do que és é importante. E nada de ti é negociavel... Que te leva a pensar sequer que tens o direito de te negociares? O teu que pões em cima da mesa-de-troca é algo do qual não tens direito. É apenas teu por empréstimo.

E ali fiquei. Nem o negrume da vida-pós-vida seria a minha salvação. Eis-me vivo. A preparar-me para mais vestir mais um dia a minha pêle de sobrevivente.

- Vêmo-nos por ai!

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