Tuesday, January 11, 2005

Desconhecido

O desconhecido faz-me mal. Não saber o que está do lado de fora da caixa em que me encontro. Portas, janelas, pequenas claraboias... inexistentes na realidade escura do silêncio que me rodeia!

O pequeno traço de luz que uso de vez em quando para ver as minhas mãos, só serve para saber se é dia ou noite. Lá fora. Cá dentro é sempre noite! Escuridão fria e seca que deixa o corpo tenso, o raciocinio lento, e o pensamento acelerado.

Procuro nas paredes de cartão por uma saída! Será? - Procuro nas paredes de cartão um pouco do teu calor. Na dúvida e na esperança que estejas do lado de fora! Nas paredes rugosas de cartão que devolvem o frio das minhas mãos. E não alimentam esperanças.

Um canto. Uma aresta. Outro. Uma aresta. Outro. Uma aresta. Outro. Uma aresta. O mesmo!

Dias a fio. Noites a fio. Em volta de mim mesmo. Em volta dos pensamentos concêntricos nos dias bons, espirais nos dias piores...

Está frio cá dentro. Mas o desconhecido faz-me mal! Por enquanto fico por aqui.

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