Estou sentado, nú, na beirinha da minha vida: uma ponte que faz passagem entre o passado e o futuro.
Ao longe a paisagem. O céu vermelho e o azul do mar.
O convite.
Tenho, descaindo pelas costas, um par de asas brancas que me deste. Sem força para voar.
Agrilhoado. Tenho lastro num tornozelo. Duas vezes o meu peso. Inércia maldita que me prende ao solo.
À vida.
Vontade de partir. De ver o mundo do ar. O sossego vermelho fogo do céu. O inferno azul do mar.
Sentir o vento da liberdade. Da paz. A tranquilidade na alma.
O sossego.
Estou sentado, nú, na beirinha da minha vida: uma ponte que faz passagem entre o passado e o futuro.
Comigo cá dentro. A dúvida da força das asas. A heresia de pensar que as mereci.
A certeza no peso do corpo.
O apelo é uno com a minha natureza. Salto para o vazio.
Fazer valer a força que o teu amor deu às minhas asas.
Esquecer a vida que me prende ao solo.
Voar
Fujo do vermelho fogo e do azul mar.
Seguir em frente. Esforçar o corpo e a mente. Resistência. Equilibrio.
Sentir que não caio e que não subo. Em frente.
Encontrar a tua ponte.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment